segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O que temos para hoje?

O que temos para hoje? Fé, Esperança e Amor. Embora esses três sejam essenciais para a vida, o maior deles sempre será o amor, como bem observou São Paulo Apóstolo. Você pode se perguntar: Por que o amor é maior do que a fé e a esperança? Ora a resposta é tão simples!
A fé cessa com a visão do que era invisível!
A esperança cessa com a chegada do ente esperado!
Mas o amor esse nunca cessa, ele permanece com a visão do que era invisível e com a chegada do ente esperado.
O amor é eterno!
O amor jamais acaba!
- Alexandre Mello

Que venha 2016

Iniciando as atividades de 2016!!! A expectativa é a de sempre, qual seja, de que dias melhores virão!!! Que nossos projetos e sonhos se concretizem neste novo ano! Que possamos nos encontrar na pessoa do próximo; ser mais humanos; Que tal distribuir flores ao invés de espinhos; se alegrar com a alegria dos outros; chorar com os que choram! Troque a palavra "eu" por "nós", afinal ninguém é feliz sozinho! Evite discussões sobre religião! Pare de tentar querer convencer os outros de que a sua é a boa e a de fulano a ruim! Não se esqueça de que convencimento é diferente de conversão! Viva a sua fé e deixe que ela dê testemunho de quem tú és! Que possamos fazer o bem, não por preceito ou obrigação, mas motivados pelo amor.

Amor: A essência do Evangelho

O que me encanta no Evangelho é que ele não está limitado a uma determinada crença, religião ou igreja. Eu não preciso ter carteirinha de religião ou de denominações ditas "evangélicas" para ser do Evangelho! Quem é, simplesmente é, pois o evangelho, propriamente dito e crido, não é "doutrina". O evangelho é essência de vida! Quem é do evangelho atrai quem também é, e nesse encontro há comunhão, há um congregar espontâneo e natural sem o peso imposto pelos pedágios da fé. A essência do evangelho é amor e perdão, pois Deus é amor! Só se perdoa amando! Só se ama perdoando! Ame e se deixe amar sem reservas e barganhas.
Segunda-feira, 11 de Janeiro de 2016
Alexandre

domingo, 5 de julho de 2015

Pecado, Pecadinho e Pecadão

Quando São Paulo diz que "todos os homens pecaram e que por isso estão destituídos da glória de Deus", ele não faz a distinção de pecados e tão pouco disse que uns estão mais e/ou que outros estão menos destruídos de Deus. Aqui a disputa de quem é mais ou menos pecador acaba. O meu pecado não é maior do que o teu e nem o teu menor que o meu.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Devoção

Tenho sido prospero,
Mas não sou devoto da prosperidade!
Tenho "andado sobre as águas",
Mas não sou devoto dos milagres!
Tenho alcançado lugares altos,
Mas não sou devoto da grandeza!
Tenho sido alcançado pela misericórdia,
Dessa, sim, sou devoto, pois tem sido a causa de não sermos consumidos!

Entre irmãos!

No dia que a desgraça de uns não mais servir de troféu nas mãos dos outros estaremos entre irmãos.

A Viagem

Por Alexandre Mello

A trajetória da vida pode ser comparada a uma Rodovia ou Estrada com varias Estações em torno do caminho. O destino do viajante é o terminal ou ponto de chegada. As estações ou paradas são pontos provisórios de descanso, alimentação e distrações, encontros e desencontros, ou seja, um local onde o viajante repõe as energias para tão logo por o pé na estrada e seguir rumo ao seu destino. 
Nós somos esses viajantes!
As rodovias e as estradas são as trajetórias de nossas vidas!
As Estações são os momentos de refrigério e conforto que encontramos ao longo da vida para suportar a árdua caminha!
O terminal ou o ponto de chegada são os nossos objetivos, realizações e conquistas!
Muitos cansados da viagem preferem o conforto das Estações, dos encontros e desencontros, e acabam abrindo mão dos seus sonhos e de suas realizações.
O nosso destino não são as Estações da vida!  Nosso destino é o ponto de chegada!
Boa viagem!

domingo, 20 de julho de 2014

AMOR, MARAVILHOSO AMOR!

Amor, Maravilhoso Amor é o Amor de Deus estampado na Cruz de Cristo que nos ordena para a vida e nos habilita para toda boa obra.

A cruz, os cravos e o amor

O que prendia o Nosso Senhor naquela cruz não era os pregos, nem os cravos que atravessaram suas mãos e pés rompendo nervos e ligamentos até uni-lo ao lenho! Não! Não foram os pregos! Não! Não foram os cravos! Sim! O Amor! Foi o Amor que tudo sofre, tudo suporta!

Flores de Amor

As flores do amor também possuem seus espinhos. Quem estiver disposto a amar deve está preparado para sofrer.

O amor é imensurável não tem medida

A oração "Senhor, te amo mais do que tudo" está errada, pois se você não ama o seu próximo com o mesmo amor que ama a Deus, certamente você não ama nem a Deus, tão pouco ao seu próximo, pois Deus escolheu ser amado na pessoa do próximo.

Ninguém é capaz de amar pouco, assim, como ninguém é capaz de amar muito. O verdadeiro amor é imensurável não tem medida. A medida do amor é amar sem medida.

VOCÊ, OS OUTROS, A ESPIRITUALIDADE, O TEMPLO E DEUS

Não meça a espiritualidade dos OUTROS pela quantidade de vezes que VOCÊ vai ao TEMPLO, pois algumas pessoas necessitam ir ao TEMPLO para contemplar DEUS enquanto outras contemplam DEUS em todo momento. 

Alexandre Mello

terça-feira, 1 de julho de 2014

O PRECEITO DO DÍZIMO DEVE SER OBSERVADO NA IGREJA SOB A JUSTIFICATIVA DE QUE O MESMO FOI INSTITUIDO ANTES DA LEI MOSAICA?

Por: Alexandre Mello.

O argumento que se usa para se advogar a favor da continuidade da prática do dízimo na nova aliança se dá pelo fato do mesmo ter sido praticado antes da lei mosaica por Abraão e por Jacó.  

Inicialmente, cumpre esclarecer que o dízimo, antes da lei, não foi ordenado ou pedido por Deus e tão pouco serviu de regra para povo de Deus que viveram naqueles dias. 

Analisando as escrituras notamos que Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, Rei de Salém, dos despojos de uma guerra ao qual saiu vitorioso. 

Percebe-se que tal atitude de Abraão foi uma decisão estritamente pessoal e voluntária. Ora, se a decisão foi pessoal e voluntária não serviria de modelo de contribuição nos dias daquele Patriarca, tão pouco se transformaria em um "preceito" a ser observado pelos crentes da Nova Aliança. Na lei de Moisés, sim, este (o dízimo) virou preceito e tinha que ser observado paulatinamente por todos, sob as terríveis e temidas penas da lei mosaica, salvo algumas pequenas exceções.

No caso de Jacó, o que se percebe é que Jacó fez um voto de cunho pessoal, individual, particular, intransferível, ou seja, só ele e Deus! Qual o voto que Jacó fez? Jacó prometeu a Deus de que daria o dízimo ao Senhor de tudo. O que observa-se, aqui, é experiência puramente pessoal e não regra de conduta a ser observada pela coletividade daqueles dias ou algum preceito a ser observado na Nova Aliança

Ressalta-se, ainda, que tal voto foi condicionado pelo próprio Jacó a um evento futuro, ou seja, ao cumprimento de uma promessa que Deus havia feito a ele. Registra-se que Jacó cumpriu com o prometido depois que a promessa se realizou. 

Esses são os únicos exemplos registrados na Bíblia referente prática dízimo, antes da lei, e  utilizados para a arrecadação do "mesmo" nos dias atuais por algumas igrejas.

Alexandre Mello

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Pare, respire, pense e depois reflita!

"Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último centavo."
Mateus 5:23-26

Somos senhores de nossas escolhas então respondemos por elas até sua total satisfação.

A dívida que tínhamos para com Deus foi liquidada, quitada e debitada na conta de Cristo! Ele rasgou a cédula que existia contra nós!

E a dívida que temos para com o nosso próximo? com os nossos filhos? com a nossa consciência? com as nossas escolhas e atitudes? com a sociedade e com a natureza?

Essa deverá ser paga até o ultimo centavo, ou seja, até a quitação total do débito pelo próprio devedor ao credor!

Alexandre Mello

A Banalização da Igreja Evangélica

A banalização da igreja não vem de fora! 
Nunca veio! 
A banalização da igreja vem de dentro! 
A culpa não é da televisão ou da mídia, também, não é dos "infiéis" ou dos "beijos gays", pois essas questões coexistem com a igreja e outras existem desde os períodos mais remotos da sociedade.
Pasmem! a culpa, também, não é do diabo!
 A culpa sempre foi e sempre será daqueles que plantam tronos na igreja e se assentam como se fossem Deus!

Que Deus nos livre! 

Alexandre Mello

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O que penso sobre o DÍZIMO?


Eu, particularmente, creio que tanto a guarda do sábado quanto o dízimo, entre outras ordenanças, são bíblicos, pois todos estão escritos na bíblia. Contudo creio que eles não foram recepcionado pela Igreja da Nova Aliança. O silêncio apostólico, principalmente o de São Paulo em suas cartas às igrejas nos faz refletir sobre o assunto. De fato não existe uma vírgula sobre o dízimo sendo recepcionado pela igreja cristã. 

No tempo da igreja primitiva os dízimos eram entregues pelos judeus para manter os sacerdotes e a tribo de Levi, que mantinha o Templo, já que eles não poderiam possuir herdades e territórios como as outras tribos. Também dízimo que era dado em forma de mantimento era usado para assistir os órfãos, viúvas e os pobres.

Ressalta-se que a comunidade apostólica nunca teve a pretensão de ser uma extensão do templo judaico ou uma seita judaizante. 

Os cristãos primitivos sempre contribuíram segundo as suas possibilidades, alguns vendiam tudo que tinham e depositavam aos pés dos apóstolos. 

As igrejas que cobram ou recebem o dízimo possuem o meu respeito, assim como aquelas que praticam a circuncisão e a guarda do sábado.

A contribuição é um ato de amor, por isso continuem contribuindo, segundo as suas possibilidades, seja com apenas 1%, 5%, 10%, 20% ou 30% de sua renda ou com até mesmo com tudo, com fez aquela viúva que depositou aos pés de Cristo a sua humilde oferta ou como fez os cristãos primitivos que vendiam todos os seus bens e depositavam aos pés dos apóstolos. Esta viúva foi além da lei! Este evento foi tão importante que foi digno de ser registrado nos evangelhos, pois já era um prenúncio do que estava por vir.

Não importa a quantidade, mas o amor que se manifesta através do ato de ofertar.

Na Antiga Aliança a contribuição era obrigatória, sob as penas da lei e de se estar praticando roubo a Deus; enquanto na Nova Aliança a contribuição passa a ser espontânea, voluntária, facultativa, não existe penas,castigos e maldições, ou seja, é um ato de pura liberalidade e amor. O amor não se cobra, não se impõe, não busca algo em troca, não se barganha. 

As ordenanças do Antigo Testamento foram sombras das coisas que estavam por vir e que se cumpriram em Cristo no momento em que Nosso Senhor disse: "está consumado". 

Conforme se demonstrou, o dízimo era entregue aos sacerdotes do Templo de Salomão que foi destruído no ano 70 da Era cristã e não na igreja. 

O modelo de contribuição da igreja dos apóstolos consta registrado no livro de atos dos apóstolos, cap. 11 vers 29.

Alexandre Mello

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Seja você mesmo!

Muita gente perde a sua personalidade para assumir a de outrem. Estes quando chegam no fim da vida descobrem que durante toda a "sua vida" viveu a vida de outrem.

Alexandre Mello

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Não creio no poder das mãos que se levantam!

A sementinha do inferno nasce na vida do crente quando ele começa a achar que tem poder nas "mãos levantadas" e mais poder, ainda, nos "joelhos que se dobram".

O cristão que lê a Bíblia com a alma e com o coração deixa de ser gospel da noite para o dia, pois as incoerências gritam aos nossos ouvidos.

As mãos levantadas aos céus e os joelhos dobrados são  sinais de reverência, respeito, temor,  rendição e quebrantamento diante da presença do soberano, ou seja, nunca foi sinal de poder!

Exemplo lindo de rendição e respeito foi o do Rei Salomão, que em reconhecimento a Majestade Divina ficou prostrado diante da presença do nosso  Deus:

"Sucedeu pois que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para o céu, se levantou de diante do altar do Senhor, 1 Reis 8:54"

Alexandre Mello

Perdoa-me, Senhor!

Perdoa-me, pois no decorrer deste ano de 2013, muitas vezes lhe encontrei pelos caminhos da vida, mas não tive a sensibilidade de te reconhecer;

Perdoa-me, pois te encontrei  nú nas calçadas do meu bairro e nas periferias, contudo, eu não te vesti;

Perdoa-me, Senhor, pois quando te encontrei faminto e com sede pelas vielas e pelos lixões desta cidade tão desigual, eu não lhe dei de comer e não matei a sua sede;

Perdoa-me, pois quando foste preso injustamente, eu não me importei e não fui te visitar;

Perdoa-me, pois quando migraste para a cidade grande em busca de emprego e de uma vida melhor, eu não te  ofereci abrigo.

Perdoa-me, Senhor, pois quando solitário vagaste pelas ruas sombrias, eu não te ofereci uma simples palavra de conforto;

Sei que não mereço, mas perdoa-me, Senhor!

Alexandre Mello

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Pensamento de Hoje


O Evangelho de Jesus não nos transforma em seres angelicais, ao contrário, nos torna mais humanos e com os pés no chão da vida. O Evangelho de Jesus não nos arrebata do mundo, mas nos envia ao mundo para ser luz e sal. (Alexandre Mello)

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Liberdade de Expressão???



Um pastor foi expulso nesta quarta-feira (5) do palco de um evento evangélico, organizado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, porque portava uma bandeira colorida, símbolo da igreja pentecostal Quadrangular.
Ao avistarem a bandeira formada por quatro quadrados de cores roxa, vermelha, amarela e azul – que lembra a do movimento gay, com as cores do arco-íris – os seguranças pediram que o pastor se retirasse. A assessora do pastor tentou intervir e houve confusão.
Fonte: G1

Pensamento do Dia

A verdadeira pregação não deve apontar para o céu e nem para o inferno, mas para a centralidade do Evangelho que é Cristo. Aceitar a Cristo por medo do inferno é aceitá-lo por interesse e não por amor. Alexandre Mello

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Para pastor presbiteriano, homossexualidade “não era um problema para Jesus”

Em participação no programa de web Conexão TV, do site carioca Conexão Jornalismo, o professor de teologia e pastor da Igreja Presbiteriana, Alexandre Cabral, afirma que as igrejas cristãs são sexofóbicas e não sabem lidar com o sexo o prazer. 
 
“Na condição homoafetiva, isso é colocado em jogo de uma maneira gritante, porque nas relações homossexuais, você não pode sublima- lá como nas heterossexuais, com a idéia de que a gente tem que casar para ter filhos. Que foi uma das maneiras que o cristianismo teve para lidar e driblar os problemas da sexualidade. Ao mesmo tempo você tem a liberação do prazer pelo prazer. Foi o primeiro grito de libertação do prazer sexual por ele mesmo, antes mesmo do movimento feminista, do uso do contraceptivo no século passado”, teorizou o evangélico. 
 
Ele cita Freud, as leis vitorianas, e a gênese da palavra homossexual. Para o pastor, o choque da moral cristã com a maior visibilidade da população gay nos dias de hoje, sobretudo com os programas do governo destinados a esta comunidade. Sobre o projeto apelidado de “cura gay”, de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), presidente da bancada evangélica no Congresso Nacional, afirmou que o projeto de “cura gay” demonstra “desrespeito”, defendeu o estado laico e que a atitude das igrejas evangpelicas “se assemelha ao nazismo” e lembrou ainda que o nazismo tinha proximidades com o cristianismo protestante que continuam a pregar a heteronomatividade e a perseguição. 
 
Cabral afirma que os atos sexuais condenados na Bíblia se referiam a rituais pagãos e lembrou ainda “Você não tem nenhuma relação, de nenhum texto dos evangelhos de Jesus com padronização dos prazeres sexuais”, “isso mostra que isso não era um problema para Jesus”. Ele afirmou ainda que qualquer leitura da Bíblia que não pregue a diversidade, e pregue a condenação, não pode falar em nome de Cristo. 
 
Fonte: http://revistaladoa.com.br 
 
Assista o programa:
 
 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Vi e Gostei: Sombras de Goya

Na Espanha do século XVIII, em meio ao radicalismo religioso e à iminente invasão das tropas napoleônicas, o talento do artista espanhol Francisco Goya (Stellan Skarsgård) é abertamente celebrado na corte do Rei Carlos IV (Randy Quaid). A adolescente Inés Bilbatua (Natalie Portman), musa do pintor, é presa sob a falsa acusação de heresia. Goya recorre ao influente Frei Lorenzo (Javier Bardem), pretensamente seu amigo, sem saber que está lidando com um dos próprios líderes da Inquisição. 

CARACTERÍSTICAS: 
Sistema de Som: 5.1 e 2.0 
Classificação Indicativa: Não recomendado para menores de 14 Anos 
País de Produção: Espanha Idioma da Legenda: Português e Inglês 
Idioma do Áudio: Português e Inglês 
Ano de Produção: 2006 
Premiação Indicada: Recebeu 3 indicações ao Goya, nas categorias de Melhor Maquiagem, Melhor Figurino e Melhores Efeitos Especiais. 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO PARA SINAIS

INTRODUÇÃO
À igreja primitiva foi dada dons miraculosos e não miraculosos. Na história bíblica, houve várious períodos quando testemunha especial foi necessário para estabelecer a autoridade dos mensageiros de Deus. Estes eram a época de Moisés, de Elias e Eliseu e de Cristo e os seus apóstolos. Embora houvessem outros milagres em outros períodos, estes eram períodos de grande frequência de milagres eperíodos em que alguns homens santos eram grandes “milagreiros” pelo poder de Deus.

Quando a revelação de Deus aos homens se completou (O Novo Testamento), a necessidade de confirmação especial passou. Hoje, os pregadores não precisam confirmar as suas palavras com sinais. Eles só precisam pregar o que está escrito. João 20:30-31 diz que os milagres registrados são suficientes para produzir a fé que os próprios milagres produziram. A Palavra indica em várias maneiras o fato que estes dons miraculosos ia cessar logo depois da produção do Novo Testamento.

I. A maneira em que estes dons foram normalmente conferidos mostram que eram temporários. Foi pela imposição das mãos dos apóstolos.

A. Atos 8:5-25
1. Felipe, cheio do Espírito (Atos 6:3) e com o poder de fazer milagres (atos 8:13), não podia passar este dom aos outros.
2. Também, Deus não os deu poder diretamente.
3. Dois apóstolos foram enviados para Samaria para impor as mão neles
4. Simão percebeu que o Espírito Santo ( a manifestação do poder) foi dado através da imposição das mãos dos apóstolos.
B. Atos 19:1-6 O poder do Espírito foi dado através da imposição das mãos do apóstolo Paulo e eles falaram em linguas.

C. 2 Timóteo 1:6 Timóteo recebeu o seu dom (de profecia talvez) através da imposição das mãos de Paulo.

D. Se estes dons iam continuar, os apóstolos precisariam continuar impondo as mãos mas quando Tiago morreu ninguém tomou o seu lugar. A doação do poder miraculoso parou com a morte do último apóstolo.

II. O Novo Testamento ensina que os dons miraculosos seriam temporários 1 Coríntios 13:8-13.

III. O propósito bíblico destes dons mostra que eram temporários.

A. O propósito dos milagres de Jesus
1. Criar fé que Jesus realmente era o mensageiro de Deus João 10:32-38
2. Fortalecer a fé dos discípulos João 11:11-16
3. O relatório escrito é suficiente para estes propósitos João 20:30-31

B. Os propóstitos dos milagres da era apostólica
1. Provar que os apóstolos eram os mensageiros de Deus
a. 2 Co12:12
b. Atos 2:43
c. Atos 5:12
d. 2 Co 5:18-21
e. Romanos 15:18-19
f. Sem apóstolos hoje, não há necessidade estabelecer a autoridade eles.
2. Equipar homens para entregar a Palavra de Deus inerrante.
a. 2 Pedro 1:21
b. 1 Pedro 1:10-11
c. 1 Co 2:6-13
d. Esta mensagem já foi dada uma vez por todos (Judas 3).
3. Confirmar a palavra falada pelos apóstolos e profetas
a. Marcos 16:15-20
c. Hebreus 2:1-4
d. Atos 14:3
e. Uma vez confirmada, a Palavra está estabelecida e não precisa ser reconfirmada. (Hebreus 6;13-18).

IV. CONCLUSÃO:
Os dons miraculosos cessaram quando seu propósito se cumpriu e quando o meio de recebé-los acabou. Hoje,a Palavra registrada e confirmada "e suficiente. Só precisa de alguém para pregar a Palavra.


V. Uma pergunta:
Será que Jesus também fez milagres para razões de benevolência? A resposta: Se foi assim, porque ele não curou todos? Ele disse que seu ministério era para a casa de Israel (Marcos 7). Em Marcos 1:38-39, a missão principal de Jesus era de pregar. Seus milagres foram feitos para razões evngelisticas (João 10:37-38 e 11:14-15).

VI. Os milagres feitos por homens ainda acontecem hoje em dia? Os milagres de Cristo e dos apóstolos foram milagres sobre:
A. a natureza
B. os demônios
C. todas as doenças
D. a morte
E. venenos e peçonhas
F. conhecimento divino (revelação, predição, idiomas, etc...).

Hoje em dia as condições descritas acima não parecem estar se reproduzindo, portanto como explicar os chamados milagres modernos? São feitos por curandeiros, espíritistas etc. Será que são:
A. mentiras de enganadores
B. produtos de auto-sugestão ou hipnose.
C. fenômenos parapsicológicos naturais não conhecidos.
D. obra do diabo (2 Tessalonicenses 2.9-10).

VII. Existe hoje o dom de curar hoje? Veja como o ðom de cura" praticado hoje em dia é tão diferente do dom praticado por Jesus e os apóstolos:
A. Jesus e os apóstolos não visavam publicidade (Marcos 2.44).

B. As curas no NT eram instantâneas (Marcos 3.5; Mateus 8.13).

C. Jesus e os apóstolos curavam todo o tipo de aflição (Marcos 1.32-34; Atos 5.15-16).

D. Não houve curas parciais ou temporárias no NT (Marcos 7.35).

E. O NT menciona a cura de casos extremos (ex. mortos ressuscitados) (Lucas 22.50-51; João 11; Atos 4.22; João 9).

F. Jesus e os apóstolos curavam à distância (Mateus 15.21-28; João 4.46-57; Lucas 7.1-10).

G. Jesus e os apóstolos curavam doenças reais (Mateus 11.5).

H. Não se usa no NT hipnotismo e auto-sugestão, nem condicionamentos e ambientes preparados.

I. Jesus nem sempre exigia fé dos curados (João 11; Lucas 7.11-17; Marcos 9.23-24).

J. Jesus curava perante incrédulos e inimigos.

K. Não houve negação dos milagres. Não há dúvida de que coisas sobrenaturais estavam acontecendo.

L. Não se promete no NT cura universal. De fato, muitos cristãos não foram curados (1 Timóteo 5.23; 2 Timóteo 4.20; Filipenses 2.27; 2 Coríntios 12.7-10).

Para cada uma destas afirmações podemos observar que o contrário é praticado hoje pelos curandeiros. Portanto, o que eles praticam não é o mesmo dom de curar do NT.

VIII. Ainda existe a oração pedindo cura?
O fato de não haver o dom de cura hoje em dia não significa que Deus não atende as nossas orações.Tiago 5.13-18 fala da oração que pode levar alguém a receber a cura de Deus, mas é importante ressaltar que isto é diferente do dom de cura. O dom de cura era a cura que Deus dava através de um homem que tinha, pelo Espírito, o poder de curar. Geralmente, não se fazia oração, pois a pessoa já tinha o poder de curar. A oração pela cura é a possibilidade de cura que Deus dá sem a intermediação de um homem. A cura vem diretamente de Deus, sem intermediários. Sempre a oração está presente

IX. Hebreus 13:8 ensina que Jesus tem que continuar fazendo milagres hoje?
A. Hebreus 13.8 diz: “Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre”.

B. O entendimento errado de Hebreus 13.8: algumas pessoas pensam que se Jesus e os apóstolos fizeram milagres no primeiro século, ele (Jesus) não muda, e portanto vai continuar fazendo as mesmas coisas hoje em dia.

C. A rejeitação deste pensamento: se Jesus não pode mudar em relação ao seu comportamento ocorrido durante seu ministério:

1. Jesus deveria continuar pessoalmente sobre a terra.
2. Jesus deveria ter um corpo físico e morar na Palestina.
3. Jesus deveria ter apóstolos judeus como aqueles que escolheu.
4. Este Jesus que não muda seria o menino em Belém, o Jesus crucificado ou o Jesus ressurreto? Qual destes não vai mudar?
D. A boa compreensão de 13.8: o texto não diz que Jesus não pode participar da história humana e de um processo de crescimento.
1. O texto ensina que em sua essência interior ou em sua natureza mais íntima, Jesus não muda. O verso posterior fala do perigo de cair em falsas doutrinas (Hebreus 13.9). A lição é que Jesus e sua doutrina não mudam, e portanto nós não devemos mudar.

2. Porém, historicamente, Jesus tem trabalhado de modos diferentes. Na criação ele trabalhou de um modo diferente do que quando era um simples carpinteiro em Nazaré. Também existem diferenças de modo de atuar dentro de cada fase de sua vida na terra.

3. Assim, o Jesus que fez milagres é o mesmo que hoje não está na terra e não faz o mesmo tipo de ministério. Jesus não muda. O seu modo de trabalhar tem mudado.

X. Marcos 16.14-20 ensina que devemos fazer milagres hoje?
A. Argumentação Pentecostal: Já que ser batizado em v.16 é para todos os que crêem, também os sinais descritos em vs.17-18 também são para toos que crêem. Portanto, os sinais tem que nos seguir até hoje, pois nós também cremos.

B. Estudo do Texto (Marcos 16.14-20): Em que sentido os sinais iam acompanhar “os que crêem”? O próprio contexto mostra que os sinais os acompanharam pela operação dos mesmos pelos apóstolos (19-20). Alguns dos novos convertidos receberiam alguns dos dons. É possível, pela gramática, afirmar que todos os convertidos receberiam todos os cinco poderes. Porém isto não é o que o contexto 19-20, nem o que o livro de Atos mostra. (1 Coríntios 12:29-30 indica que todos os convertidos não receberam todos os dons). Portanto, os sinais acompanhariam os que crêem pela operação de milagres pelos apóstolos e pela operação de milagres que seria concedida a alguns deles.

C. Hoje em dia esta passagem ainda se aplica para afirmar os milagres? Não. A profecia de 15-18 se cumpriu em 19-20. Tanto a ordem de pregação (15-16) como a promessa de milagres (17-18) se cumpre nos apóstolos (“eles” de vs. 20). Em vs. 20 é apresentado o motivo dos sinais: CONFIRMAR A PALAVRA. A Bíblia ainda não estava completa e havia a necessidade de confirmar a mensagem dos apóstolos. Os sinais eram parte desse credenciamento. Será necessário confirmar a palavra hoje? Segundo Hebreus 2:4, os sinais acompanharam os apóstolos e só eles concederam os dons miraculosos. Isso a Bíblia mostra claramente: Atos 5:12 - 6:6 - 14:3 - 19:6 - II Cor 12:12.

XI. O que é "o perfeito" de 1 Co 13:10?
A. 1 Coríntios 13:8-13 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. 12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

B. A resposta a esta pergunta se faz relevante pelo fato que “quando vier o que é perfeito, então o que é em parte (os dons espirituais de línguas, profecias e ciência) será aniquilado”. Ou seja, o texto fala de um tempo em que estes dons milagrosos do Espírito iriam cessar.

C. "Perfeito" não é um substantivo. É um adjetivo. Então a frase seria literalmente:
… "quando vier a perfeita __________________, então a parcial … (vai acabar) …" .
Em grego, bem como português, há uma concordância entre artigos, substantivos e adjetivos numa frase.Por exemplo, nesta frase: "quando comprar o carro novo, vou vender o carro velho.", veja a concordância: (o…carro…novo …).Agora, tire a palavra "carro" da frase e temos a construção da frase bíblica: "quando comprar o __________ novo, vou vender o __________ velho". Para entender a frase nós temos que subentender a palavra "carro" e a palavra que usamos para preencher o espaço tem que concordar com as palavras "o" e "novo". Quer dizer, tem que ser uma palavra masculina. Português tem palavras masculinas e femininas mas grego também tem palavras neutras. Podemos eliminar certas palavras no espaço de 1 Co 13:10, observando a concordância. Por exemplo:
1. O Amor. Embora esta idéia parece agradável pelo contexto, a gramática da passagem não permite este raciocínio (perfeito está, no original, no gênero neutro, e amor é feminino). Além disso, não seria correto dizer que o amor e os dons são mutuamente exclusivos.

2. O Céu ou a Volta de Cristo. Como dissemos, a palavra “perfeito” está no gênero neutro, e não pode referir-se a Cristo, que é masculino. Além disso, esta palavra grega nunca é usada com referência ao céu ou a volta de Cristo. A favor deste ponto de vista, existe o v.12, porém, observado em paralelo com a ilustração do v.11, fica compreendido que a ênfase não é em um instante (volta de Cristo instantânea), mas de um processo gradual como o do crescimento. V.11 fala do processo, mas v.12 fala com mais ênfase dos contrastes do “antes” e do “depois” do processo.

3. Perfeição Humana. Embora a palavra seja usada para referir o comportamento humano (Mateus 5.48; 19.21; 1 Coríntios 2.6; 14.20; Tg 3.2), não cabe no contexto de vv8-13, nem na gramática deste texto. O contraste neste contexto é de duração e não qualidade.

D. Alguns rem um ponto de vista sobre “O Perfeito” sendo o estado de maturidade da igreja que estava se desenvolvendo no 1º século da era cristã.
1. Estes notam um paralelo entre Efésios 4:4-13 e 1 Co 12-14 onde a idéia da igreja toda como um corpo que se desenvolve deixando de lado aquele conhecimento “em parte” (os dons milagrosos) para ter o conhecimento “completo”, ou seja, a maturidade da igreja.

2. A idéia é de que os dons cessariam com a maturidade da igreja. Os apóstolos morreriam e a igreja hoje não precisa mais de apóstolos. Os profetas e mestres deixariam o seu ensino como os apóstolos e também deixariam de ser necessários. Assim, o que foi necessário para a infância da igreja, não o seria mais, depois.

E. A idéia que tem mais lógica para mim é que o " perfeito" se refere à compleção do Novo Testamento e o fechamento da revelação de Deus para a era cristã.
1. Porque falar do fim dos dons milagrosos em relação com a revelação completa? Porque o propósito destes dons era de confirmar a palavra falada por pessoas inspiradas. (Marcos 16:20 e Hebreus 2:3-4

2. Será que o propósito dos dons era de amadurecer os cristãos? Ou amadurecer o amor dos cristãos? Não. Profecia, ciência e linguas foram para dar informação (1 Co 13:2 e 14:3-6,19). Linguas eram um sinal para os descrentes. Os dons dos coríntos contribuiram para a sua falta de amor e a sua imaturidade (3:1; 14:20). Os dons precisavam dos dons porque a igreja primitiva era como criança em conhecimento (13:11) e não em atitudes. Paulo tinha mais dons que ninguém e ele era madura (14:8).

3. " Perfeito" (grego "telios") significa completo, crescido, nada faltando. Concernente pessoas é adulto, maduro (Tiago 1:4). Veja Mt 5:44-48; Lc 6:36; Mt 19:21; 1 Co 2:6,14; 1 Co 14:20; Fp 3:15; Cl 4:12; Hb 5:14. Não precisa alcançar esta perfeição para ir ao céu. Fp 3:15 - eram perfeitos mas não sem pecado. (Veja Tg 1:17; 1:4; 2:22)

4. Leia de novo o parágrafo XI. C. acima. "Perfeito" não é um substantivo. É um adjetivo. Então a frase seria literalmente: … "quando vier a perfeita __________________, então a _________________parcial …" . Veja o contraste com v9 : Algo é agora "ek merous" (em parte, incompleto, imperfeito) mas mais tarde será "teleios" (completo, perfeito). O assunto é o meio de receber conhecimento divino e a cessação de pregações inspiradas. A palavra para colocar nos espaços seria "revelação". Até o fechamento do Novo Testamento, Deus estava se revelando parcialmente. Um pouco aqui. Um pouco ali. Agora toda a revelação para a igreja já foi dada e podemos ler sem alguém com o dom de profecia ou ciéncia.

5. Uma ilustração da vida de Paulo: Paulo deixou as coisas de riança quando amadureceu. A igreja nené ia deixar as coisas de infâaancia quando estes dons cessaram.

6. Vemos num espelho obscuramente: ver num espelho é como consideramos a revelação de Deus. " Espelho " é a mesma de "vista". Em comparisão dos outros profetas que precisavam depender de uma palavras obscuras de um sonho ou visão, Moisés falou a Deus "boca a boca" ou face a face.. A revelação que ele recebeu era clara.

7. Algumas coisas podemos conhecer claramente agora: - Mt 7:19; Lc 1:3-4; Ro 1:32; 1 Co 14:37; Cl 1:6; 1 Tm 4:3; 2 Pe 2:21; 2 Pe 1:2.

8. Enquanto inspiração continou, também continuou os sinais e maravilhas (Atos 14:3). Os apóstolos escolhidos por Cristo viveram no primeiro século, até o ano 100 DC aproximadamente, quando o último apóstolo, João, morreu. Os apóstolos tinham dons milagrosos, e eles, somente eles, poderiam passar este mesmo dom para outros (Atos 8.14-19). Podemos dizer que esses “outros” (discípulos dos apóstolos, que receberam o poder de realizar dons milagrosos) viveram até 100-150 DC, ou até um pouco mais. Enquanto estes discípulos estiveram vivos, ainda havia dons milagrosos agindo diretamente na igreja. Mas como eles não tinham o poder de passar este dom para terceiros, com a morte deles, os dons cessaram. Exatamente na época em que cópias do NT começaram a se espalhar pelo mundo conhecido. Era o Espírito, agora agindo não através dos dons, mas através de Sua Palavra.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cristo Ordenou o Arrependimento

Charles Haddon Spurgeon


C.H. Spurgeon (1834-1892) era pregador, autor e editor britânico. Foi pastor do Tabernáculo Batista Metropolitano, em Londres, desde 1861 até a data de sua morte. Fundou um seminário, um orfanato e editou uma revista mensal chamada “Sword na Trowel”. Conhecido como “Príncipe dos Pregadores”, Spurgeon escreveu muitos livros e artigos, particularmente na área devocional. Deixou um legado de vida piedosa, marcada por um profundo amor ao Senhor Jesus Cristo e por dedicados esforços ara alcançar almas perdidas.


“Arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1.15).


Nosso Senhor Jesus Cristo começou seu ministério anunciando suas principais ordens. Ungido recentemente, Ele saiu do deserto, como o noivo sai de sua câmara. As suas notas de amor são arrependimento e fé. Ele surge completamente preparado para exercer seu ofício, depois de permanecer no deserto e ser “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15)... Escutai, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o Messias fala na grandeza de seu poder. Ele clama aos filhos dos homens: “Arrependei-vos e crede no evangelho”. Atentemos a essas palavras, que, como o seu Autor, estão cheias de graça e verdade. Diante de nós, temos o resumo e a essência de todo o ensino de Cristo, o alfa e o ômega de todo o seu ministério. Procedentes de lábios de tal Pessoa, naquele momento, com poder especial, devemos dar-lhes a mais sincera atenção. Que Deus nos ajude a obedecer a essas palavras, em nosso coração.

Devo começar observando que o evangelho pregado por Cristo era claramente uma ordem: “Arrependei-vos e crede no evangelho”. Nosso Senhor condescendeu em arrazoar. Às vezes, em seu ministério, Ele representou graciosamente o antigo texto: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve” (Is 1.18). Ele persuade os homens por meio de sua mensagem e de argumentos poderosos, que os levam a buscar a salvação de sua alma. O Senhor Jesus chama os homens. Oh! quão amavelmente Ele os convida a serem sábios! “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). O Senhor Jesus roga aos homens; Ele condescende em tornar-se, por assim dizer, um pedinte às suas criaturas pecaminosas, implorando-as a vir. De fato, o Senhor Jesus faz disso a incumbência de seus ministros — “Somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2 Co 5.20).

No entanto, vocês devem lembrar que, embora Ele tenha condescendido em arrazoar, persuadir, chamar e rogar, o evangelho tem, em si mesmo, a força e a dignidade de uma ordem. Se queremos pregar hoje como Cristo pregou, temos de proclamar o evangelho como uma ordem de Deus, acompanhada de sanção divina, que não deve ser negligenciada, exceto ao risco infinito da alma... “Arrependei-vos” é uma ordem de Deus, tal como o mandamento de “não roubarás” (Ex 20.15). “Crê no Senhor Jesus” possui tanta autoridade divina como “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lc 10.27).

Ó homens, não pensem que o evangelho é algo deixado a escolherem ou não, conforme acharem! Ó pecadores, não imaginem que podem desprezar uma Palavra do céu e não incorrer em culpa! Não pensem que podem negligenciar o evangelho, e nenhuma conseqüência má lhes sobrevirá. Essa negligência e desprezo aumenta a medida da iniqüidade de vocês. É a respeito disso que clamamos: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb 2.3). Deus ordena que vocês se arrependam! O mesmo Deus diante de quem o Sinai se abalou e foi tomado por escuridão — esse mesmo Deus, que proclamou a Lei, com som de trombeta, com raios e trovões, falou-nos de modo mais gentil, porém divino, mediante seu Filho unigênito, quando disse: “Arrependei-vos e crede no evangelho”.

Devemos ressoar esse decreto de Deus a todas as nações da terra. Ó homens, Jeová, que os criou, que lhes dá respiração, a quem vocês têm ofendido, ordena-lhes que se arrependam hoje e creiam no evangelho...

Sei que alguns irmãos não gostam disso, mas não posso deixar de falar. Nunca serei escravo de sistemas, pois o Senhor removeu esses grilhões de ferro de meu pescoço. Agora sou um servo feliz da verdade que liberta. Quer ofenda, quer agrade, à medida que Deus me ajude, pregarei cada verdade como a aprendi da Palavra. Sei que, se há algo escrito na Bíblia, esta verdade está escrita com bastante clareza: Deus ordena, em Cristo, que os homens se arrependam e creiam no evangelho. Uma das provas mais tristes da depravação completa do homem é o fato de que ele não obedecerá esse mandamento; antes, rejeitará a Cristo e tornará a sua condenação mais grave do que a de Sodoma e Gomorra...

O evangelho é um mandamento, é um mandamento que se explica em duas ordens: “arrependei-vos e crede no evangelho”. Conheço alguns irmãos bem excelentes — aprouvera a Deus que houvesse mais desses irmãos — que, em seu zelo por pregar a fé simples em Cristo, têm sentido um pouco de dificuldade no assunto do arrependimento. Conheço alguns deles que tentaram remover a dificuldade abrandando a aparente severidade da palavra arrependimento, expondo-a de acordo com o termo grego equivalente e mais usual, um termo que ocorre no original grego de meu versículo e significa “mudar a mente”. Aparentemente, eles interpretam o arrependimento como algo mais brando do que o concebemos, uma mudança simples na maneira de pensar. Ora, desejo sugerir a esses queridos irmãos que o Espírito Santo nunca prega o arrependimento como uma trivialidade. A mudança na maneira de pensar e no entendimento, sobre a qual o evangelho fala, é uma obra mais profunda e solene e não deve ser depreciada por motivo algum.

Além disso, há outra palavra também usada no original grego que significa arrependimento; não é usada com freqüência, eu admito. Ela significa “uma preocupação posterior”, aproximando-se mais do sentido de tristeza ou ansiedade do que aquela que significa mudar a maneira de pensar. No verdadeiro arrependimento, deve haver tristeza e ódio para com o pecado; do contrário, li a minha Bíblia sem qualquer propósito... O arrependimento significa realmente uma mudança na maneira de pensar. Mas é uma mudança completa do entendimento e de tudo que está na mente. Por isso, inclui iluminação, a iluminação do Espírito Santo. Acho que inclui uma descoberta da iniqüidade e ódio para com o pecado, sem os quais não pode haver arrependimento autêntico. Penso que não devemos subestimar o arrependimento. É uma graça bendita de Deus, o Espírito Santo; é uma graça absolutamente necessária para a salvação.

A ordem explica-se a si mesma. Consideraremos, em primeiro lugar, o arrependimento. É certo que, mesmo não levando em conta o significado arrependimento neste versículo, ele é consistente com a fé. Portanto, de sua conexão com a próxima ordem — “Crede no evangelho” — obtemos a explicação quanto ao significado do arrependimento... Lembrem-se de que nenhum arrependimento é digno desse nome, se não é perfeitamente consistente com a fé em Cristo. Um antigo crente, em seu leito de enfermidade, usou esta admirável expressão: “Senhor, em arrependimento faze-me descer tão baixo como o inferno, mas” — eis a beleza de sua expressão — “em fé, ergue-me tão alto como o céu”. Ora, o arrependimento que faz um homem descer tão baixo como o inferno não serve para nada, se não houver a fé que o ergue tão alto como o céu! Os dois são perfeitamente coerentes. Um homem pode detestar e abominar a si mesmo e, ao mesmo tempo, saber que Cristo é poderoso para salvar e o salvou. De fato, é assim que os verdadeiros cristãos vivem. Eles se arrependem tão amargamente de seu pecado como se soubessem que deveriam ser condenados por causa do pecado cometido, mas se regozijam tanto em Cristo como se o pecado não fosse nada.

Oh! quão bendito é saber onde estas duas linhas se encontram, o despir do arrependimento e o vestir da fé. O arrependimento que despeja o pecado como um inquilino maligno e a fé que recebe a Cristo para ser um único Senhor do coração; o arrependimento que limpa a alma de obras mortas e a fé que enche a alma com obras vivas; o arrependimento que destrói e a fé que a edifica; o arrependimento que espalha pedras e a fé que ajunta pedras; o arrependimento que ordena um tempo de chorar e a fé que dá um tempo de saltar de alegria — essas duas coisas juntas constituem a obra da graça no íntimo pela qual a alma do homem é salva. Mas deve ficar estabelecido como grande verdade, escrita com bastante clareza em nosso versículo, o fato de que o arrependimento que devemos pregar está vinculado à fé. Assim, temos de pregar o arrependimento e a fé juntos, sem qualquer dificuldade...

Isso me traz à segunda metade do mandamento: “Crede no evangelho”. A fé significa confiança em Cristo. Ora, devo observar novamente que alguns têm pregado esta confiança em Cristo tão bem e de modo tão completo, que não posso senão admirar sua fidelidade e bendizer a Deus por eles. Contudo, há uma dificuldade e um perigo. Talvez, ao pregarem a simples confiança em Cristo como o meio de salvação, eles deixam de lembrar ao pecador que nenhuma fé é genuína se não é consistente com o arrependimento de pecados passados. O meu versículo parece dizer isso nos seguintes termos: nenhum arrependimento é verdadeiro, senão aquele que se harmoniza com a fé; nenhuma fé é verdadeira, senão aquela que está conectada com um arrependimento sincero e profundo de pecados passados.

Então, queridos amigos, aqueles que têm uma fé que lhes permite pensar levianamente sobre os pecados passados, esses têm uma fé dos demônios e não a fé dos eleitos de Deus... Têm uma fé que lhes permite viver de modo leviano, no presente. Eles dizem: “Bem, eu sou salvo por uma fé simples” e, em seguida, assentam-se na mesa de cerveja, com os bêbados, ou permanecem no bar com os ébrios, ou seguem companhias mundanas e desfrutam de prazeres carnais e da concupiscência da carne — eles são mentirosos. Não têm a fé que salva a alma. Têm uma hipocrisia enganosa; não têm a fé que os levaria ao céu.

Há outras pessoas que têm uma fé que não as leva ao ódio pelo pecado. Não sentem qualquer vergonha quando vêem o pecado dos outros. É verdade que não se comportariam como os outros se comportam, mas se alegram com o que eles fazem. Acham prazer nos erros dos outros, sorriem de suas atitudes profanas e de sua linguagem imprópria. Não fogem do pecado como se este fosse uma serpente, nem o detestam como o assassino de seu melhor amigo. Não. Elas flertam com o pecado. Cometem em privacidade o que condenam em público. Chamam as ofensas graves de erros leves e pequenas falhas. Nos negócios, elas fingem não ver afastamentos da retidão e consideram-nos apenas coisas do comércio. O fato, porém, é que elas têm uma fé que se assenta lado a lado com o pecado, come e bebe à mesma mesa com a injustiça. Oh! se vocês têm esse tipo de fé, peço a Deus que a retire de seu coração. Não lhes serve de modo algum! Quanto mais rápido se livrarem dela, tanto melhor será para vocês; pois, quando este fundamento de areia for removido, talvez comecem a edificar sobre a Rocha.

Meus queridos amigos, quero ser bastante fiel para com sua alma e atingir o seu coração. Qual é o seu arrependimento? Vocês têm o arrependimento que os faz olhar para fora de si mesmos, para Cristo, tão-somente para Cristo? Por outro lado, têm aquela fé que os leva ao verdadeiro arrependimento? Que os leva a odiar até o pensamento de pecado, de modo que desejam remover do trono o seu ídolo mais querido, não importa qual seja, para que adorem a Cristo, apenas a Cristo? Assegurem-se disto: nada aquém desse arrependimento lhes será proveitoso, no final. Um arrependimento e uma fé de outro tipo podes lhe agradar agora, como as crianças agradam-se com ilusões. Mas, quando chegarem ao leito de morte e perceberem a realidade das coisas, serão compelidos a dizer que seu arrependimento e sua fé eram uma falsidade e um refúgio de mentiras. Descobrirão que enganavam-se a si mesmos. Diziam a si mesmos: “Paz, paz”, quando não havia paz.

Digo, novamente, nas palavras de Cristo: “Arrependei-vos e crede no evangelho”. Confiem em Cristo para salvá-los, lamentem que ainda precisam ser salvos e que esta necessidade expôs o Senhor a vergonha pública, a sofrimentos pavorosos e a morte terrível.



Traduzido por: Wellington Ferreira

Copyright© Editora FIEL 2009.

domingo, 1 de abril de 2012

Abençoadíssimo DOMINGO DE RAMOS para todos!!!

Eis que teu rei vem a ti, cheio de doçura, montado numa jumenta, num jumentinho,
filho da que leva o jugo (Zc 9,9).


Os discípulos foram e executaram a ordem de Jesus. Trouxeram a jumenta e o jumentinho, cobriram-nos com seus mantos e fizeram-no montar. Então a multidão estendia os mantos pelo caminho, cortava ramos de árvores e espalhava-os pela estrada. E toda aquela multidão, que o precedia e que o seguia, clamava: Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus! (Mateus 21. 4-9)


sábado, 31 de março de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Valdomiro Santiago é denúnciado pela emissora de Edir Macedo

Emissora de Edir Macedo faz denúncias de irregularidades, contra Valdomiro Santiago, no que diz respeito ao uso das finanças da Igreja Mundial do Poder de Deus.

Segundo a reportagem exibida pelo Domingo Espetacular, o Apóstolo utilizou o dinheiro da Igreja para comprar uma fazenda milhonária para a criação de gado.

Na visão do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Pastor Silas Malafaia, o programa foi usado pela Igreja Universal para acusar o ex-bispo da igreja de cometer os mesmo crimes que Edir Macedo, fundador da IURD e dono da Record, já foi acusado anteriormente.

Os 28 Artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo

A Igreja Evangélica Fluminense é a primeira congregação protestante brasileira a cultuar em Português. Localizada no Centro do Rio de Janeiro, tem suas programações as segundas 19 horas, quartas também às 19, e domingos às 09 da manhã e às 18 horas.

Fundada em 11 de julho de 1858 pelo médico-missionário escocês de origem presbiteriana Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley, que chegaram ao Brasil em 1855. Foi organizada com 14 membros, sendo batizado naquele dia o primeiro brasileiro Pedro Nolasco de Andrade. Dela partiram vários missionários congregacionais no Brasil.

Kalley voltou para a Escócia em 10 de julho de 1876. Foi sucedido por João Manoel Gonçalves dos Santos no pastorado da Igreja Evangélica Fluminense e elaborou uma súmula doutrinária composta por 28 artigos conhecida como Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo.

A Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo é uma síntese doutrinária recebida como artigos de fé pela Igreja Evangélica Fluminense e, posteriormente, por todas as igrejas que compõem a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil e a Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.

A Breve Exposição tem por propósito ser o que seu próprio nome já expressa: breve e fundamental. O próprio Kalley afirmou: "A Breve Exposição não contém todo o ensino apostólico, mas somente as doutrinas fundamentais do Cristianismo, sobre as quais todos os crentes devem ter um conhecimento claro e inteligente, para, na frase do apóstolo S. Pedro (I Pe 3:15), estardes aparelhados para responder a todo o que vos pedir razão daquela esperança que há em vós"

Os 28 Artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo

Art. 1º - Do Testemunho da Natureza quanto à Existência de Deus

Existe um só Deus(1), vivo e pessoal(2); suas obras no céu e na terra manifestam, não meramente que existe, mas que possui sabedoria, poder e bondade tão vastos que os homens não podem compreender(3); conforme sua soberana e livre vontade, governa todas as coisas(4).

(1) Dt.6:4; (2) Jr 10:10; (3) Sl 8:1; (4) Rm 9:15,16

Art. 2º - Do Testemunho da Revelação a Respeito de Deus e do Homem

Ao testemunho das suas obras Deus acrescentou informações(5) a respeito de si mesmo(6) e do que requer dos homens(7). Estas informações se acham nas Escrituras do Velho e do Novo Testamento(*) nas quais possuímos a única regra perfeita para nossa crença sobre o Criador, e preceitos infalíveis para todo o nosso proceder nesta vida(8).

(5) Hb 1:1; (6) Ex 34-5-7; (7); II Tm.3.15,16; (8); Is.8.19,20.
(*) Os livros apócrifos não são parte da Escritura devidamente inspirada.


Art. 3º - Da Natureza dessa Revelação

As Escrituras Sagradas foram escritas por homens santos, inspirados por Deus, de maneira que as palavras que escreveram são as palavras de Deus(9). Seu valor é incalculável(10), e devem ser lidas por todos os homens(1).

(9) II Pe 1:19-21; (10) Rm 3:1,2. (1) Jo 5:39.


Art. 4º - Da Natureza de Deus

Deus o Soberano Proprietário do Universo é Espírito(2), Eterno(3), Infinito(4) e Imutável(5) em sabedoria(6), poder(7), santidade(8), justiça(9), bondade(10) e verdade(1).

(2) Jo 4:24; (3) Dt 32:40; (4) Jr 23:24; (5) Ml 3; (6) Sl 146:5; (7) Gn 17:1; (8) Sl 144:17; (9) Dt 32: 4; (10) Mt 19:17; (1) Jo 7:28.


Art. 5º - Da Trindade da Unidade

Embora seja um grande mistério que existam diversas pessoas em um só Ente, é verdade que na Divindade exista uma distinção de pessoas indicadas nas Escrituras Sagradas pelos nomes de Pai, Filho e Espírito Santo(2) e pelo uso dos pronomes Eu, Tu e Ele, empregados por Elas, mutuamente entre si(3).

(2) Mt 28:19: (3) Jo 14:16,17


Art. 6º - Da Criação do Homem

Deus, tendo preparado este mundo para a habitação do gênero humano, criou o homem(4), constituindo-o de uma alma que é espírito(5), e de um corpo composto de matérias terrestres(6). O primeiro homem foi feito à semelhança de Deus(7), puro, inteligente e nobre, com memória, afeições e vontade livre, sujeito Àquele que o criou, mas com domínio sobre todas as outras criaturas deste mundo(8).

(4) Gn 1:2-27; (5) Ec 12:7; (6) Gn 2:7; (7) Gn 1:26,27; (8) Gn 1:28


Art. 7º - Da Queda do Homem

O homem assim dotado e amado pelo Criador era perfeitamente feliz(9), mas tentado por um espírito rebelde (chamado por Deus, Satanás), desobedeceu ao seu Criador(10); destruiu a harmonia em que estivera com Deus, perdeu a semelhança divina; tornou-se corrupto e miserável, deste modo vieram sobre ela a ruína e a morte(1).

(9) Gn 1:31; (10) Gn 2: 16,17; (1) Rm 5:12.


Art. 8º - Da Conseqüência da Queda

Estas não se limitam ao primeiro pecador. Seus descendentes herdaram dele a pobreza, a desgraça a inclinação para o mal e a incapacidade de cumprir bem o que Deus manda(2); por conseqüência todos pecam, todos merecem ser condenados, e de fato todos morrem(3).

(2) Sl 50:7; (3) I Co 15:21


Art. 9º - Da Imortalidade da Alma

A alma humana não acaba quando o corpo morre. Destinada por seu Criador a uma existência perpétua, continua capaz de pensar, desejar, lembrar-se do passado e gozar da mais perfeita paz e regozijo; e também de temer o futuro, sentir remorso e horror e sofrer agonias tais, que mais quereria acabar do que continuar a existir(4); o pecado da rebelião contra o seu Criador, merece para sempre esta miséria, que é chamada por Deus de segunda morte(5).

(4) Lc 16:20-31; (5) Ap 21:8


Art. 10º - Da Consciência e do Juízo Final

Deus constituiu a consciência juiz da alma do homem(6). Deu-lhes mandamentos pelos quais se decidissem todos os casos(7), mas reservou para si o julgamento final, que será em harmonia com seu próprio caráter(8). Avisou aos homens da pena com que com punirá toda injustiça, maldade, falsidade e desobediência ao seu governo(9); cumprirá suas ameaças, punindo todo pecado em exata proporção à culpa(10).

(6) Rm 2:14,15; (7) Mt. 22:36-40; (8) Sl 49:6; (9) Gl 3:10; (10) II Co 5:10


Art. 11º - Da Perversidade do Homem e do Amor de Deus

Deus vendo a perversidade, a ingratidão e o desprezo com que os homens lhe retribuem seus benefícios e o castigo que merecem(1), cheio de misericórdia compadeceu-se deles; jurou que não desejava a morte dos ímpios(2); além disso, tomou-os e mandou declarar-lhes, em palavras humanas, sua imensa bondade para com eles; e quando os pecadores nem com tais palavras se importavam, ele lhes deu a maior prova do seu amor(3) enviando-lhes um salvador que os livrasse completamente da ruína e miséria, da corrupção e condenação e os restabelecesse para sempre no seu favor(4).

(1) Hb 4:13; (2) Ez 33:11; (3) Rm 5:8,9; (4) II Co 5: 18-20.


Art. 12º - Da Origem da Salvação

Esta Salvação, tão preciosa e digna do Altíssimo (porque está perfeitamente em harmonia com seu caráter) procede do infinito amor do Pai, que deu seu unigênito Filho para salvar os seus inimigos(5).

(5) I Jo 4:9


Art. 13º - Do Autor da Salvação

Foi adquirida, porém, pelo Filho, não com ouro, nem com prata, mas com Seu sangue(6), pois tomou para Si um corpo humano e alma humana(7) preparados pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem(8); assim, sendo Deus e continuando a sê-Lo se fez homem(9). Nasceu da Virgem Maria, viveu entre os homens(10), como se conta nos evangelhos, cumpriu todos os preceitos divinos(1) e sofreu a morte e a maldição como como o substituto dos pecadores(2), ressuscitou(3) e subiu ao céu(4). Ali intercede pelos seus remidos(5) e para valer-lhes tem todo o poder no céu e na terra(6). É nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo(7), que oferece, de graça, a todo o pecador o pleno proveito de sua obediência e sofrimentos, e o assegura a todos os que, crendo nEle, aceitam-no por Seu Salvador(8).

(6) I Pe1:18,19; (7) Hb 2:14; (8) Mt 1:20; (9) Jo 1:1,14; (10) At 10:38; (1) I Pe 2:22; (2) Gl 3:13; (3) Mt 28:5,6; (4) Mc 16:19; (5) Hb 7:25; (6) Mt 28:18; (7) At 5:31; (8) Jo 1:14.


Art. 14º - Da Obra do Espírito Santo no Pecador

O Espírito Santo enviado pelo Pai(9) e pelo Filho(10), usando das palavras de Deus(1), convence o pecador dos seus pecados e da ruína(2) e mostra-lhe e excelência do Salvador(3), move-o a arrepender-se, a aceitar e a confiar em Jesus Cristo. Assim produz uma grande mudança espiritual chamada nascer de Deus(4). O pecador nascido de Deus está desde já perdoado, justificado e salvo; tem a vida eterna e goza das bênçãos da Salvação(5).

(9) Jo 14:16,26; (10) Jo 16:7; (1) Ef 6:17; (2) Jo 16:8; (3) Jo 16:14; (4) Jo1:12,13; (5) Gl 3:26


Art. 15º - Do Impenitente

Os pecadores que não crerem no Salvador e não aceitarem a Salvação que lhes está oferecida de graça, hão de levar a punição de suas ofensas(6), pelo modo e no lugar destinados para os inimigos de Deus(7).

(6) Jo 3:36; (7) II Ts 1: 8,9


Art. 16º - Da Única Esperança de Salvação

Para os que morrem sem aproveitar-se desta salvação, não existe por vir além da morte um raio de esperança(8). Deus não deparou remédio para os que, até o fim da vida neste mundo, perseveraram nos seus pecados. Perdem-se. Jamais terão alívio(9).

(8) Jo 8:24; (9) Mc 9:42,43


Art. 17º - Da Obra do Espírito Santo no Crente

O Espírito santo continua a habitar e a operar naquele que faz nascer de Deus(10); esclarece-lhe a mente mais e mais com as verdades divinas(1), eleva e purifica-lhe as afeições adiantando nele a semelhança de Jesus(2), estes fruto do espírito são prova de que passaram da morte para a vida, e que são de Cristo(3).

(10) Jo 14:16,17; (1) Jo 16:13; (2) II Co 3:18; (3) Gl 5:22,23


Art. 18º - Da União do Crente com Cristo e do Poder para o Seu Serviço.

Aqueles que tem o Espírito de Cristo estão unidos com Cristo(4), e como membro do seu corpo recebem a capacidade de servi-Lo(5). Usando desta capacidade, procuram viver, e realmente vivem, para a glória de Deus, seu Salvador(6).

(4) Ef 5:29,30 ( 5) Jo 15:4,7 (6) I Co 6:20


Art. 19º - Da União do Corpo de Cristo

A Igreja de Cristo no céu e na terra é uma(7) só e compõe-se de todos os sinceros crentes no Redentor(8), os quais foram escolhidos por Deus, antes de haver mundo(9), para serem chamados e convertidos nesta vida e glorificados durante a eternidade(10).

(7) Ef 3:15; (8) I Co 12:13; (9) Ef 1:11; (10) Rm 8: 29,30.


Art. 20º - Dos Deveres do Crente

É obrigação dos membros de uma Igreja local, reunirem-se(1) para fazer oração e dar louvores a Deus, estudarem sua Palavra, celebrarem os ritos ordenados por Ele, valerem um dos outros e promoverem o bem de todos os irmãos; receberem(2) entre si como membros aqueles que o pedem e que parecem verdadeiramente filhos de Deus pela fé; excluírem(3) aqueles que depois mostram a sua desobediência aos preceitos do Salvador que não são de Cristo; e procurarem o auxílio e proteção do Espírito Santo em todos os seus passos(4).

(1)Hb 10:25; (2) Rm 14:1; (3) I Co 5:3-5; (4) Rm 8:5,16.


Art. 21º - Da Obediência dos Crentes

Ainda que os salvos não obtenham a salvação pela obediência à lei senão pelos merecimentos de Jesus Cristo(5), recebem a lei e todos os preceitos de Deus como um meio pelo qual Ele manifesta sua vontade sobre o procedimento dos remidos(6) e guardam-nos tanto mais cuidadosa e gratamente por se si acharem salvos de graça(7).

(5) Ef 2:8,9; (6) I Jo 5:2,3; (7) Tt 3:4-8.


Art. 22º - Do Sacerdócio dos Crentes e dos Dons do Espírito

Todos os crentes sinceros são sacerdotes para oferecerem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo(8), que é o Mestre(9), Pontífice(10) e Único Cabeça de sua Igreja(1); mas como Governador de sua casa(2) estabeleceu nela diversos cargos(3) como de Pastor(4), Presbítero(5), Diácono(6), e Evangelista; para eles escolhe e habilita, com talentos próprios, aos que ele quer para cumprirem os deveres desses ofícios(7), e quando existem devem ser reconhecidos pela igreja e preparados e dados por Deus(8).

(8) I Pe 2:5-9; (9) Mt 23:8-10; (10) Hb 3:1; (1) Ef. 1:22; (2) Hb 3:6; (3) I Co 12:28; (4) Ef 4:2; (5) I Tm 3:1-7; (6) I Tm 3: 8-13; (7) I Pe 5:1; (8) Fl 2:29.


Art. 23º - Da Relação de Deus para com Seu Povo

O Altíssimo Deus atende as orações(9) que, com fé, e, em nome de Jesus, único Mediador(10) entre Deus e os homens, lhe são apresentadas pelos crentes, aceita os louvores(1) e reconhece como feito a Ele, todo o bem feito aos Seus(2).

(9) Mt 18:19; (10) I Tm 2:5; (1) Cl 3:16,17; (2) Mt 25:40,45; (3) Hb 10:1; (4) At 10:47,48; (5) Mt 26:26-28.


Art. 24º - Da Cerimônia e dos Ritos Cristãos

Os ritos judaicos, divinamente instruídos pelo Ministério de Moisés , eram sombras dos bens vindouros e cessaram quando os mesmos bens vieram(3): os ritos cristãos são somente dois: o batismo com água(4) e a Ceia do Senhor(5).


Art. 25º - Do Batismo com Água

O batismo com água foi ordenado por Nosso Senhor Jesus Cristo como figura do batismo verdadeiro e eficaz, feito pelo Salvador , quando envia o Espírito Santo para regenerar o pecador(6). Pela recepção do batismo com água, a pessoa declara que aceita os termos do pacto em que Deus assegura as bênçãos da salvação(7).

(6) Mt. 3:11; (7) At 2:41


Art. 26º - Da Ceia do Senhor

Na Ceia do Senhor foi instituída pelo Senhor Jesus Cristo, o pão e o vinho representam vivamente ao coração do crente o corpo que foi morto e o sangue derramado no Calvário(8); participar do pão e do vinho representa o fato de que a alma recebeu seu Salvador. O crente faz isso em memória do Senhor, mas é da sua obrigação examinar-se primeiro fielmente quanto a sua fé, seu amor e o seu procedimento(9).

(8) I Co 10:16; (9) I Co 11:28,29.


Art. 27º - Da Segunda Vinda do Senhor

Nosso Senhor Jesus Cristo virá do céu como homem(10), em Sua própria glória(1) e na glória de Seu Pai(2), com todos os santos e anjos; assentar-se-á no trono de Sua glória e julgará todas as nações.

(10) At 1:11; (1) Mt 25:31; (2) Mt 16:27


Art. 28º - Da Ressurreição para a Vida ou para a Condenação

Vem a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e ressuscitarão(3); os mortos em Cristo ressurgirão primeiro(4); os crentes que neste tempo estiverem vivos serão mudados(5), e sendo arrebatados estarão para sempre com o Senhor(6), os outros também ressuscitarão, mas para a condenação(7).

(3) Jo 5:25-29; (4) I Co 15:22,23;(5) I Co 15:51,52; (6) I Ts 4:16; (7) Jo 5:29.

Igreja Evangélica Fluminense: Rua Caneeiro, 102 - Centro - Tel. +55 21 2263-1156 - Visitação: Dom, 11-18h - Qua, 19h.

sexta-feira, 16 de março de 2012

O que é o "perfeito" de 1Cor.13:10

Mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. 1 Coríntios 13:8-10
Versão: Almeida Corrigida

As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. 1 Coríntios 13:8-10
Versão: Católica

Nesta frase ‘o perfeito’ no grego ‘to teleion’ são artigo e adjetivo neutro, não implicado a uma pessoa.

No capítulo 13, Paulo usa o termo "perfeito", (téleion), enquanto no capítulo 14, usa o termo “perfeito”, (téleioi - Masculino) quando diz:

"Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos (téleioi)." (1Co 14:20)

E ainda antes, ao que se refere à maturidade, Paulo no capítulo 2 faz inicialmente a menção do mesmo termo:

"Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos (teléiois); não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam;" (1Co 2:6)

Fica bastante nítido quando examinamos o capítulo 1, vers. 4 de Thiago. Senão vejamos:

"Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita (téleion - Neutro), para que sejais perfeitos (téleioi – Masculino) e completos, sem faltar em coisa alguma." (Tg 1:4)

Tiago ao se referir à obra coloca o adjetivo no neutro, mas ao se referir aos homens, o adjetivo é masculino.

Nestes termos "o que é perfeito" não se refere a Jesus Cristo, e que esta passagem não fala sobre a segunda volta de nosso Senhor.

Interessante notar que “o que é perfeito (completo)” está em contrate com o que “está em parte”. À medida que a Palavra de Deus foi sendo completamente revelada, ela era confirmada por sinais miraculosos (Marcos 16:20; Atos 14:3; Hebreus 2:3, 4), incluindo o dom de línguas (1 Coríntios 14:22). Quando a revelação terminasse, os sinais miraculosos também terminariam porque teriam cumprido seu propósito.

Dessa forma, alguns teólogos interpretam a passagem como sendo o fechamento cânon, como a perfeita e divina revelação de Deus, sendo dessa forma a nossa única e suficiente regra de fé, além de ser infalível para a edificação da Igreja.

Alguns têm um ponto de vista sobre “O Perfeito” sendo o estado de maturidade da igreja que estava se desenvolvendo no 1º século da era cristã. Estes notam um paralelo entre Efésios 4:4-13 e 1 Co 12-14 onde a idéia da igreja toda como um corpo que se desenvolve deixando de lado aquele conhecimento “em parte” (os dons milagrosos) para ter o conhecimento “completo”, ou seja, a maturidade da igreja.


Hoje, não precisamos de profecias para REVELAR a Palavra, pois temos a Bíblia, não em parte, mas completa e perfeita.

Hoje, não precisamos de milagres para confirmar a Palavra de Deus, pois já está completa, confirmada e terminada.

Da mesma forma o dom de línguas: Deus usou línguas que os falantes não haviam aprendido como um sinal para os descrentes e para REVELAR Sua Palavra (Atos 2:11; 10:46; 1 Coríntios 14:6, 22). Hoje, temos a revelação completa/perfeita sem precisar de interpretações.

Paulo diz que o que “esta em parte” era o conhecimento e a profecia. O que estava em parte foi aniquilado e deram lugar ao completo conhecimento e a perfeita profecia que é a Palavra de Deus.

Alexandre Mello

quinta-feira, 15 de março de 2012

Trecho do “Testamento e Última Vontade de João Calvino” citado por Theodoro de Beza.

“Abraçando a graça que Ele me conferiu em nosso Senhor Jesus Cristo e aceitando o mérito de Sua morte e paixão, a fim de que por este meio todos os meus pecados sejam sepultados, e rogando-O a de tal maneira lavar e limpar-me com o sangue deste grande Redentor, que foi derramado por todos os pobres pecadores, que possa eu comparecer ante Sua face como tendo Sua imagem. Protesto também que me hei esforçado, segundo a medida da graça que Ele me conferiu, por ensinar Sua Palavra, em toda pureza, seja em sermões, seja em escritos, por expor fielmente a Escritura Santa”. Trecho do “Testamento e Última Vontade de João Calvino” citado por Theodoro de Beza em “A Vida e Morte de João Calvino”. Editora Luz para o Caminho, pgs 87-91, disponibilizado em http://monergismo.com/?p=2664.

As 67 teses de Zwínglio


Tal como Lutero, ele preparou um documento de 67 Artigos para um debate com as autoridades católicas, onde ele sozinho enfrentaria a todos.

Enquanto Lutero conservou o que a Bíblia claramente não proibia, Zwínglio suprimiu tudo aquilo que a Bíblia não mencionava. Sob sua orientação, a Bíblia foi traduzida para a língua do povo.

As 67 teses de Zwínglio

Introdutório: “Eu, Ulrico Zuínglio, confesso que tenho pregado na nobre cidade de Zurique estes sessenta e sete artigos ou opiniões com base na Escritura, que é chamada theopneustos (isto é, inspirada por Deus). Proponho-me a defender e vindicar esses artigos com a Escritura. Mas se não tiver entendido a Escritura corretamente, estou pronto a ser corrigido, mas somente a partir da mesma Escritura”.

1. Todos os que dizem que o evangelho é inválido sem a confirmação da igreja erra e difama a Deus.
2. A essência e a substância do evangelho é que nosso Senhor Jesus Cristo, o verdadeiro filho de Deus, tem-nos manifestado a vontade de seu pai celestial, e com a sua inocência libertou-nos da morte e reconciliou-nos com Deus.
3. Deste modo, Cristo é o único caminho para a salvação para todos os que já foram, são e serão.
4. Aquele que busca outro caminho erra, e, na verdade, é um assassino e ladrão de almas.
5. Por isso, todos os que consideram outros ensinos iguais ou mais elevados do que o evangelho erram, e não sabem o que o evangelho é.
6. Porque Jesus Cristo é o guia e líder prometido por Deus a toda a humanidade, cuja promessa foi cumprida.
7. Ele é salvação eterna e cabeça de todos os que crêem; estes são o Seu corpo, pois o seu próprio corpo humano está morto. Nada é proveitoso sem Ele.
8. Disto, segue-se primeiro que todos os que habitam na cabeça (i.e. Cristo) são membros e filhos de Deus, formando a igreja, ou comunhão dos santos, a qual é a noiva de Cristo, ecclesia catholica.
9. Além disso, como os membros do corpo não podem funcionar sem o controle da cabeça, também ninguém no corpo de Cristo pode fazer qualquer coisa sem a sua cabeça, Cristo.
10. Visto que esse homem é louco, cujos membros (experimente) fazem alguma coisa sem a cabeça, rasgar, magoar, ferir-se, assim, quando os membros de Cristo realizam alguma coisa sem a sua cabeça, Cristo, eles são estúpidos magoando-se e sobrecarregando-se com leis loucas.
13. Se alguém quer ouvir, pode aprender clara e plenamente a vontade de Deus, e pelo Seu Espírito ser levado a Ele e através dele tornar-se um homem transformado.
14. Contudo, todos os cristãos devem diligenciar fortemente para que o evangelho de Cristo seja pregado em todo o lugar.
15. Porque a nossa salvação apoia-se na fé, e a condenação na incredulidade; pois toda a verdade está clara nele.
18. Cristo, tendo-se sacrificado uma vez por todos, é por toda a eternidade uma perpétua e aceitável oferta pelos pecados de todos os crentes, pelo que é compreensível que a missa não é um sacrifício, mas uma comemoração do sacrifício e segurança da salvação que Cristo nos tem dado.
19. Cristo é o único mediador entre Deus e nós mesmos.
20. Deus dar-nos-á todas as coisas em seu nome (Cristo), daí se compreende que, pela nossa parte, após esta vida, não necessitamos outro mediador senão Ele.
35. Visto isso, a jurisdição e a autoridade do poder secular estão baseados nos ensinamentos e ações de Cristo.
36. Todos os direitos e proteção que a chamada autoridade espiritual reclama pertencem aos governos seculares, contanto que sejam cristãos.
37. A esses, igualmente, todos os cristãos devem obedecer sem excepção.
38. Isto, enquanto não ordenarem o que é contrário a Deus.
39. Além disso, todas as suas leis devem estar em harmonia com a vontade divina, de modo que protejam os oprimidos, mesmo que estes não se queixem.
40. Só eles (i.e. os governantes) têm o direito de aplicar a pena de morte sem provocar a ira de Deus sobre eles mesmos, e somente para aqueles que têm ofendido a ordem pública.
41. Se eles derem bons conselhos e ajuda àqueles por quem devem responder perante Deus, então estes devem-lhes assistência material.
42. Mas se forem infiéis e transgredirem as leis de Cristo devem ser depostos de acordo com a vontade de Deus.
49. Não conheço escândalo maior do que os sacerdotes não terem permissão a tomar esposas legítimas, mas poderem manter amantes se pagarem bem.
56. Quem quer que perdoe qualquer pecado, somente por causa do dinheiro, é companheiro de Simão (Mago) e Balaão, e verdadeiro mensageiro do diabo.
57. As verdadeiras Sagradas Escrituras não fazem referência ao purgatório após esta vida.
58. O destino dos mortos é unicamente do conhecimento de Deus.
59. E quanto menos Deus nos tem permitido conhecer a respeito disso, menos nós devemos intentar saber.
60. Eu não rejeito a oração humana a Deus para mostrar graça aos que partiram; mas fixar um tempo para isto e mentir por causa do lucro não é humano, mas demoníaco.
67. Se alguém deseja discutir comigo acerca de benefícios, dízimos, crianças não batizadas, ou confirmação, estou pronto para responder.

sábado, 10 de março de 2012

A Eficácia do Batismo

O Batismo representa em particular duas coisas: a purificação que obtemos pelo sangue de Cristo, e a mortificação de nossa carne que obtivemos por sua morte. O Senhor mandou que os seus se batizem para remissão dos pecados. E são Paulo ensina que Cristo santifica pela Palavra de vida e purifica pelo Batismo de água a Igreja da qual Ele é o Esposo. São Paulo ensina também que somos batizados na morte de Cristo sendo sepultados em sua morte para andar em novidade de vida. Isto não quer dizer que a água seja a causa, nem sequer o instrumento da purificação e da regeneração, senão só que recebemos neste Sacramento o conhecimento de estes dons. Se diz que recebemos, obtemos e confessamos o que acreditamos que o Senhor nos dá, já seja que conheçamos estes dons pela primeira vez ou que, conhecendo-os de antes, nos persuadamos deles com maior certeza. O Batismo serve também a nossa confissão diante dos homens, pois é um sinal pelo qual, publicamente, fazemos profissão de nosso desejo de formar parte do povo de Deus, para servir e honrar a Deus numa mesma religião com todos os fiéis. E por quanto a aliança do Senhor conosco é principalmente confirmada pelo Batismo, por isso com toda razão batizamos também os nossos filhos, pois participam da aliança eterna pela que o Senhor promete que será não só nosso Deus, senão também o de nossa descendência.

Fonte: João Calvino. Breve Instrução Cristã, pag 33. Disponibilizado na SolideoGloria – Biblioteca Evangélica Virtual.

A Lei Natural - João Calvino

Se os gentios têm a justiça da lei da natureza gravada na mente, por certo que não diremos que são inteiramente cegos na maneira de conduzir a vida. E nada é mais generalizado que ser o homem suficientemente assistido, em relação à reta norma da vida, pela lei natural de que o Apóstolo aqui fala.

Portanto, a finalidade da lei natural é tornar o homem inescusável. E poderíamos defini-la adequadamente dizendo que é um sentimento da consciência mediante o qual discerne entre o bem e o mal o suficiente para que os homens não prextestem ignorância, sendo convencidos por seu próprio testemunho. A indulgência do homem para consigo mesmo é que, ao perpetrar o mal, sempre e de bom grado aparta a mente do senso de pecado, até onde permissível.

João Calvino

segunda-feira, 5 de março de 2012

A Quaresma e a Penitência na Tradição Protestante

PENITÊNCIA, na tradição protestante quer dizer ARREPENDIMENTO está ligado a EXAME DE CONSCIÊNCIA, CONTRIÇÃO e CONFISSÃO!

Dessa forma são atos penitenciais: O arrependimento (mudança de mentalidade/pesar por alguma falta cometida), a contrição (arrependimento sincero dos pecados cometidos) e a confissão (declaração ou admissão de que pecou).

Lutero, em sua 4ª tese fala diz o seguinte: o arrependimento, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desgastar a si mesmo, a saber, até à sua entrada para a vida eterna.

Segundo o pensamento de Ignacio Briantchaninov, "para crer em nosso Senhor Jesus Cristo é necessário o arrependimento; para habilitarmos nessa fé salvadora, é necessário o arrependimento; para avançarmos nela é necessário o arrependimento".

C.H. Spurgeon, pregador batista, diz em seus sermões que "Cristo ordenou o arrependimento", baseando-se no texto de São Marcos 1:15: "Arrependei-vos e credes no evangelho!"

O mesmo pregador, para ilustrar o sermão cita uma bela expressão de antigo crente no leito de morte: "Senhor, em arrependimento faze-me descer tão baixo como o inferno, em fé, ergue-me tão alto como o céu".

Vamos ao dicionário? Não é o Pentecostal de Línguas Estranhas!!!

Pena vem de penitência: arrependimento, pensar na reparação, contrição, sacrífico, expiação dos pecados ou da própria falta (dicionário Aurélio).

Quanto ao sacrífico, Cristo foi a oferta oferecida ao Pai. Quanto a expiação de nossos pecados, Cristo os levou sobre Si.

Interessante era o que ocorria nos sistemas penitenciários pensilvânicos, onde o preso só tinha contato com o Capelão do presídio e a única leitura autorizada era da Bíblia ou de um evangelho, para forçar um arrependimento ou o reconhecimento do erro e da falta cometida pelo recluso.

De fato Cristo tomou a nossa culpa cumpriu a nossa pena!!!

Contudo, nos convida ao arrependimento, a contrição, ao exame de consciência, a confessar os seus pecados em todo tempo.

O arrependimento deve ser constante na vida do homem!!!

A quaresma na visão do protestantismo é uma forma litúrgica de dar ênfase a esse arrependimento continuo não limitando-se ao tempo litúrgico, mas como diz Lutero, 'até a nossa entrada para a vida eterna".

sábado, 3 de março de 2012

Lançamento: Dicionário Pentecostal de Línguas Estranhas

Inédito: Dicionário Pentecostal de Línguas Estranhas é a obra mais completa de toda a história do pentecostalismo, agora reunida em um único livro!

Além de conhecer e interpretar as mais variadas línguas faladas nos cultos pentecostais, o leitor poderá conhecer o oculto e o escondido através do guia prático de revelações, visões, sonhos, simpatias e unções...

Nascido e criado no meio pentecostal, o autor foi membro, frequentou e participou de diversas igrejas pentecostais, "renovadas", salas de oração, cultos de mistérios e revelação, além de exercer o doutorado em escolas de profetas é, ainda, títular vitalício de varias cadeiras de orações, tanto no Brasil como no estrangeiro, por mais de 20 anos, dessa forma reuniu sua experiência para interpretar e catalogar as mais diversas línguas estranhas já faladas, assim foi possível completar e terminar a presente obra em dez anos, dando ao público a oportunidade de aprender a falar, bem como de interpretar as ditas línguas de "A" a "Z".

Devido ao apelo do público, o autor anexou na presente obra o guia prático de unções, entre elas: a unção do leão, muito utilizada por Ana Paula Valadão; a unção financeira, bastante utilizada por Morris Cerulo, e agora utilizada pelo tele-envagelista Silas Malafaia; a unção da properidade e do "tudo ou nada", bastante divulgada pela IURD, sem mencionar a unção da capa de Elizeu, da porção dobrada de Elias, do cai-cai, da Rosa Vermelha, da água do Rio Jordão e muitas outras...
Breve nas melhores lojas do ramo pentecostal!
Editora Ruído do Leão

quinta-feira, 1 de março de 2012

Patrística: São Basílio de Cesaréia

Hoje queremos recordar um dos grandes pais da Igreja, São Basílio, definido pelos textos litúrgicos bizantinos como um «luzeiro da Igreja», que foi um grande bispo do século IV e é admirado tanto pela Igreja do Oriente como pela do Ocidente por sua santidade de vida, pela excelência de sua doutrina e pela síntese harmoniosa de capacidades especulativas e práticas.

Nasceu por volta do ano 330, em uma família de cristãos, verdadeira igreja doméstica, que vivia em um clima de profunda fé. Estudou com os melhores mestres de Atenas e Constantinopla. Insatisfeito com os êxitos mundanos, ao perceber que havia perdido muito tempo em vaidades, ele mesmo confessa: "Um dia, como despertando de um sonho profundo, eu me dirigi à admirável luz da verdade do Evangelho..., e chorei sobre minha miserável vida" (cf. Carta 223: PG 32, 824a).

Atraído por Cristo, começou a ter olhos só para ele e a escutar só ele (cf. «Moralia» 80, 1: PG 31, 860bc). Com determinação, dedicou-se à vida monástica na oração, na meditação das Sagradas Escrituras e dos escritos dos Padres da Igreja e no exercício da caridade (cf. Cartas. 2 e 22), seguindo também o exemplo de sua irmã, Macrina, que já vivia a acética monacal. Depois foi ordenado sacerdote e, por último, no ano 370, consagrado bispo de Cesaréia de Capadócia, na atual Turquia.

Com a pregação e os escritos, desenvolveu uma intensa atividade pastoral, teológica e literária. Com sábio equilíbrio, soube unir ao mesmo tempo o serviço às almas e a entrega à oração e à meditação na solidão. Servindo-se de sua experiência pessoal, favoreceu a fundação de muitas «fraternidades» ou comunidades de cristãos consagrados a Deus, às quais visitava com freqüência (cf. Gregório Nazianzeno, «Oratio 43, 29 in laudem Basili»: PG 36, 536b). Com a palavra e os escritos, muitos dos quais ainda hoje se conservam (cf. «Regulae brevius tractatae», Proemio: PG 31, 1080ab), ele os exortava a viver e a avançar na perfeição. Desses escritos se valeram depois não poucos legisladores da vida monástica, entre eles, muito especialmente, São Bento, que considera Basílio como seu mestre (Cf «Regula» 73, 5).

Na verdade, são Basílio criou um monaquismo muito particular: não estava fechado à comunidade da Igreja local, mas aberto a ela. Seus monges faziam parte da Igreja local, eram o núcleo animador que, precedendo os demais fiéis no seguimento de Cristo e não só da fé, mostrava sua firme adesão a ele, o amor por ele, sobretudo nas obras de caridade.

Como bispo e pastor de sua estendida diocese, Basílio se preocupou constantemente pelas difíceis condições materiais nas quais os fiéis viviam; denunciou com firmeza o mal; comprometeu-se com os pobres e os marginalizados; interveio ante os governantes para aliviar os sofrimentos da população, sobretudo em momentos de calamidade; velou pela liberdade da Igreja, enfrentando os potentes para defender o direito de professar a verdadeira fé (cf. Gregório Nazianzeno, «Oratio 43, 48-51 in laudem Basili»: PG 36, 557c-561c). Deu testemunho de Deus, que é amor e caridade, com a construção de vários hospitais para necessitados (cf. Basílio, Carta 94: PG 32, 488bc), uma espécie de cidade da misericórdia, que tomou seu nome, «Basiliade» (cf. Sozomeno, «História Eclesiástica». 6, 34: PG 67, 1397ª). Nela fundem suas raízes os modernos hospitais para a atenção dos doentes.

Consciente de que "a liturgia é o cume ao qual tende a atividade da Igreja e ao mesmo tempo a fonte de onde emana toda sua força" («Sacrosanctum Concilium» 10), Basílio, ainda que se preocupava por viver a caridade, que é a característica da fé, foi também um sábio «reformador litúrgico» (cf. Gregório Nazianzeno, «Oratio 43, 34 in laudem Basili»: PG 36, 541c). Ele nos deixou uma grande oração eucarística [ou anáfora] que toma seu nome e que deu uma ordem fundamental à oração e salmodia: graças a ele, o povo amou e conheceu os Salmos e ia rezá-los inclusive à noite (cf. Basílio, «In Psalmum» 1,1-2: PG 29, 212ª-213c). Deste modo, podemos ver como liturgia, adoração e oração estão unidas à caridade, se condicionam reciprocamente.

Com zelo e valentia, Basílio soube opor-se aos hereges, que negavam que Jesus Cristo fosse Deus como o Pai (cF. Basílio, Carta 9, 3: PG 32, 272a; Carta 52, 1-3: PG 32,392b-396a; «Adversus Eunomium». Do mesmo modo, contra quem não aceitava a divindade do Espírito Santo, afirmou que também o Espírito Santo é Deus e "tem de ser colocado e glorificado junto ao Pai e o Filho" (cf. «De spiritu Sancto»: SC 17bis, 348). Por este motivo, Basílio é um dos grandes padres que formularam a doutrina sobre a Trindade: o único Deus, dado que é Amor, é um Deus em três Pessoas, que formam a unidade mais profunda que existe, a unidade divina.

Em seu amor por Cristo e seu Evangelho, o grande capadócio se comprometeu também por sanar as divisões dentro da Igreja (cf. Carta 70 e 243), buscando sempre que todos se convertessem a Cristo e à sua Palavra (cf. «De iudicio» 4: PG 31, 660b-661c).

Concluindo, Basílio se entregou totalmente ao fiel serviço da Igreja no multiforme serviço do ministério episcopal. Segundo o programa que ele mesmo traçou, converteu-se em "apóstolo e ministro de Cristo, dispensador dos mistérios de Deus, arauto do reino, modelo e regra de piedade, olho do corpo da Igreja, pastor das ovelhas de Cristo, médico piedoso, pai, cooperador de Deus, agricultor de Deus, construtor do templo de Deus" (cf. «Moralia» 80, 11-20: PG 31, 846b-868b).

No ano 379, Basílio, sem ter completado os cinqüenta anos, esgotado pelo cansaço e a ascese, voltou para Deus, «com a esperança da vida eterna, através de Jesus Cristo, nosso Senhor» («De Batismo» 1, 2, 9). Foi um homem que viveu verdadeiramente com o olhar dirigido a Cristo, um homem do amor pelo próximo. Repleto de esperança e da alegria da fé, Basílio nos mostra como ser realmente cristãos.


Catequeses

Hoje desejo simplesmente relacionar-me com a última catequese, que tinha como tema a vida e os escritos de São Basílio, Bispo na actual Turquia, na Ásia Menor, no IV século. A existência deste grande Santo e as suas obras são ricas de temas de reflexão e de ensinamentos válidos também para nós hoje.

Antes de tudo a chamada ao mistério de Deus, que permanece a referência mais significativa e vital para o homem. O Pai é "o princípio de tudo e a causa de ser do que existe, a raiz dos vivos" (Hom. 15, 2 de fide: PG 31, 465c), e sobretudo é "o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (Anaphora sancti Basilii). Remontando a Deus através das criaturas, nós, "tomamos consciência da sua bondade e da sua sabedoria" (Basílio, Contra Eunomium 1, 14; PG 29, 544b). O Filho é a "imagem da bondade do Pai e sigilo de forma igual a ele" (cf. Anaphora sancti Basilii). Com a sua obediência e com a sua paixão o Verbo encarnado realizou a missão de Redentor do homem (cf. Basílio, In Psalmum 48, 8: PG 29, 452ab; cf. também De Baptismo 1, 2: SC 357, 158).

Por fim, ele fala amplamente do Espírito Santo, ao qual dedicou um livro inteiro. Revela-nos que o Espírito anima a Igreja, a enche dos seus dons, a torna santa. A luz maravilhosa do mistério divino reflecte-se sobre o homem, imagem de Deus, e eleva a sua dignidade. Olhando para Cristo, compreende-se plenamente a dignidade do homem. Basílio exclama: "[Homem], consciencializa-te da tua grandeza considerando o preço derramado por ti: olha para o preço do teu resgate, e compreende a tua dignidade!" (In Psalmum 48, 8: PG 29, 452b). Em particular o cristão, vivendo em conformidade com o Evangelho, reconhece que os homens são todos irmãos entre eles; que a vida é uma administração dos bens recebidos de Deus, pelos quais cada um é responsável perante os outros, e quem é rico deve ser como um "executor das ordens de Deus benfeitor" (Hom. 6 de avaritia: PG 32, 1181-1196). Todos nos devemos ajudar, e cooperar como os membros de um corpo (Ep 203, 3).

E ele, nas suas homilias, usou também palavras corajosas, fortes sobre este ponto. De facto, quem segundo o mandamento de Deus deseja amar o próximo como a si mesmo, "não deve possuir nada mais de quanto possui o seu próximo" (Hom. in divites: PG 31, 281b).

Em tempos de carestias e de calamidades, com palavras apaixonadas o Santo Bispo exortava os fiéis a "não se mostrarem mais cruéis que as feras..., apropriando-se do que é comum, e possuindo sozinhos o que é de todos" (Hom. tempore famis: PG 31, 325a). O pensamento profundo de Basílio sobressai bem nesta frase sugestiva: "Todas os necessitados olham para as nossas mãos, como nós próprios olhamos para as de Deus, quando estamos em necessidade". É muito apropriado o elogio feito por Gregório de Nazianzo, que depois da morte de Basílio disse: "Basílio persuadiu-nos de que nós, sendo homens, não devemos desprezar os homens, nem ultrajar Cristo, cabeça comum de todos, com a nossa desumanidade para com os homens; antes, nas desgraças dos outros, devemos beneficiar nós próprios, e fazer empréstimo a Deus da nossa misericórdia, porque temos necessidade de misericórdia" (Gregório Nazianzeno, Oratio 43, 63; PG 36, 580b). São palavras muito actuais. Vemos como São Basílio é realmente um dos Padres da Doutrina Social da Igreja.

Além disso, Basílio recorda-nos que para manter vivo em nós o amor a Deus e aos homens é necessária a Eucaristia, alimento adequado para os Baptizados, capaz de alimentar as novas energias derivantes do Baptismo (cf. De Baptismo 1, 3: SC 357, 192). É motivo de imensa alegria poder participar na Eucaristia (Moralia 21, 3: PG 31, 741a), instituída "para conservar incessantemente a recordação daquele que morreu e ressuscitou por nós" (Moralia 80, 22: PG 31, 869b). A Eucaristia/Comunhão, imenso dom de Deus, tutela em cada um de nós a recordação do selo baptismal, e permite viver em plenitude e fidelidade a graça do Baptismo. Por isto o Santo Bispo recomenda a comunhão frequente, também quotidiana: "Comungar até todos os dias recebendo o santo corpo e sangue de Cristo é bom e útil; porque ele mesmo diz claramente: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue terá a vida eterna" (Jo 6, 54). Portanto, quem duvidará de que comungar continuamente da vida não seja viver em plenitude?" (Ep. 93: PG 32, 484b). A Eucaristia, em síntese, é-nos necessária para acolhermos em nós a verdadeira vida, a vida eterna (cf. Moralia 21, 1: PG 31, 737c).

Por fim, Basílio interessou-se naturalmente também daquela porção eleita do povo de Deus que são os jovens, o futuro da sociedade. A eles dirigiu um Discurso sobre o modo de tirar proveito da cultura pagã desse tempo. Com muito equilíbrio e abertura, ele reconhece que na literatura clássica, grega e latina, se encontram exemplos de virtude. Estes exemplos de vida recta podem ser úteis para o jovem cristão em busca da verdade, do modo recto de viver (cf. Ad Adolescentes 3). Por isso, é preciso tirar dos textos dos autores clássicos tudo o que é conveniente e conforme com a verdade: assim com atitude crítica e aberta de facto trata-se de um verdadeiro e próprio "discernimento" os jovens crescem em liberdade. Com a célebre imagem das abelhas, que tiram das flores apenas o que serve para o mel, Basílio recomenda: "Como as abelhas sabem tirar das flores o mel, diferenciando-se dos outros animais que se limitam a gozar do perfume e da cor das flores, assim também destes escritos... se pode obter algum proveito para o espírito. Devemos utilizar estes livros seguindo em tudo o exemplo das abelhas. Elas não vão indistintamente a todas as flores, nem sequer procuram tirar tudo das flores nas quais pousam, mas tiram só o que serve para a elaboração do mel, e deixam o resto. E nós, se formos sábios, tiraremos daqueles escritos o que se adapta a nós, e é conforme à verdade, e deixaremos o resto" (Ad Adolescentes 4). Basílio, sobretudo, recomenda aos jovens que cresçam nas virtudes, no recto modo de viver: "Enquanto os outros bens... passam deste para aquele como no jogo dos dados, só a virtude é um bem inalienável, e permanece durante a vida e depois da morte" (Ad Adolescentes 5).

Queridos irmãos e irmãs, parece-me que se pode dizer que este Padre de outrora fala também a nós e nos diz coisas importantes. Antes de tudo, esta participação atenta, crítica e criativa para a cultura de hoje. Depois, a responsabilidade social: este é um tempo no qual, num mundo globalizado, também os povos geograficamente distantes são realmente o nosso próximo. Portanto, a amizade com Cristo, o Deus com rosto humano. E, por fim, o conhecimento e o reconhecimento a Deus Criador, Pai de todos nós: só abertos a este Deus, Pai comum, podemos construir um mundo justo e um mundo fraterno.


Obra: Homilia Sobre Lucas 12 - Homilias Sobre a Origem do Homem - Tratado Sobre o Espírito Santo

Número de Páginas: 192
Editora: Paulus
Idioma: Português (Brasil)
ISBN: 8534914079
Dimensões do Livro: 20,5 x 13,5 x 1,5 cm


Fonte: Editora Ecclesiae
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